domingo, 21 de outubro de 2007

ESCREVI NO LUAR

Escrevi no luar,
Palavras de amor pra vc,
Palavras tão doces...
Testemunhas de um grande amor,
Da noite ao amanhecer.
Doce amor...
Se alguém desacreditar,
Espere pela noite de luar,
Estará estampado por lá,
Mil palavras de caricias,
Presença eterna e maciça,
Que juramos, nos momentos de amar!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O PIÁ QUE VIROU PIVETE

Mataram o pivete,
criança perdida,
quem é o culpado,
por mais um pária na vida?
A ignorância dos pais,
a sociedade,
ou é o estado?
Morreu o pivete,
morreu sem ter berço,
de braços cruzados,
ficou o estado.
Ah, pivetinho!
Nascestes bebê,
virastes um menino,
tornastes garoto,
ficastes um guri
e o que fizeram de ti?
Trocaram teu nome,
chamaram-no de peste,
ah, piázinho...
morrestes pivete!

01/10/2007 Tereza Neumann
Direitos Reservados à Autora

sábado, 29 de setembro de 2007

NUDEZ PRA LUA


Tenho inveja
do céu que te encobre,
do orvalho da noite,
que roça a tua pele...
Sofro tanto
e fico a te espiar,
agora eu quero ser,
a luz desse luar.
Lua, sinto inveja tua...
Meu amor deita-se nua,
só és tu quem vês,
pois ela não quer mostrar
tua linda nudez.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

DOCE CANÇÃO À BORBOLETA (HOMENAGEM POÉTICA A TODOS OS POETAS RECANTISTAS)


TRIUNFAS SOBRE O AR,
NAVEGAS SOBRE O DIA.
NO BREU DA NOITE, ESGUIA,
POUSA NAS ESTRELAS.
AS FLORES CIÚMAM
O TATO DOS TEUS PÉS.
PEREGRINA VOAS,
CONTA-ME SONHOS DO UNIVERSO,
ACENDE-ME COM TUAS FÁBULAS,
TIRA-ME O POUSO DA MORTE,
SENTIMENTO QUE ME ANGUSTIA.
COM TUAS ASAS ESTENDIDAS,
ALÇAS VÔOS PRA BEM LONGE,
SINTO INVEJA, INVEJA DE AMIGA,
CONHECEDORA DE TANTOS CAMINHOS...
POBRE DE MIM, BORBOLETA,
SEM ESTÓRIAS PRA CONTAR DO INFINITO,
VOA, TRAZ-ME NOTÍCIAS TUAS,
QUEM SABE, A CHUVA MUDE O TEU DESTINO
E POUSES EM MINHA PORTA,
PRA ME CONTARES,
SEGREDOS DA ENAMORADA LUA.


16/05/2006 TEREZA NEUMANN

MENINOS DA RUA BRASIL


MENINOS DE RUA
ATROZES POR ESCOLHA
OU IMPOSTOS PRA SER FEROZES?
PEQUENOS DE INOCÊNCIA PERDIDA
SEM VESTÍGIOS DE TERNURA
ESPALHADORES DO MEDO
PREDADORES DA ESPERANÇA
O QUE DE BOM
QUE ELES TINHAM, PERDERAM
NÃO TÊEM MAIS O QUE PERDER
POBRES MENINOS POBRES
SEM ESTADO E SEM ESTUDO
OLHAM PARA O PASSADO, O PRESENTE
E NÃO VÊEM O SEU FUTURO
SERIA TÃO BOM DE VERDADE
SE AINDA TIVESSE TEMPO
DE SALVAR ESSES MENINOS
ANTES DO SEU CRESCIMENTO
PRA QUEM SABE, MAIS TARDE
NÃO SER TÃO TARDE
PRA INVERTER ESSE PAPEL
DE TER UM ESTUDANTE EXEMPLAR
OU UM MARGINAL CRUEL


15/05/2006 TEREZA NEUMANN

segunda-feira, 16 de julho de 2007

PEJADA


A MENINA DE DOZE,
ATREVIDA, SUCULENTA,
ESPREMIA A POLPA,
DO SEU MARTÍRIO GESTANTE,
NÃO TINHA ROUPA,
QUE LHE ESCONDESSE A BARRIGA.


SALAFRÁRIA, INCAPAZ!
DIZIA O PAI,
QUEM PASSOU-LHE ESSA DOENÇA?
ESCARROU COM ESCÁRNIO,
SEM NENHUMA PENA,
NA PERNA DA DESINFELIZ.


DESPAUTÉRIO!
LOMBRIGUINHA DE BARRIGA,
FLOREIRA AINDA NÃO FLORIDA,
QUERENDO FLORIR A VIDA.


POBRE FILHINHA!
DIZ A MÃE DESSA CRIANÇA.
NÃO SEI QUEM EU ACALENTO,
SE VOCÊ, OU O SEU REBENTO.
QUEM DIRIA...
UMA MENINA DE DOZE,
AINDA NEM DESMAMOU,
AGORA JÁ FICOU PRENHE...
SUA BONECA NÃO DEU À NINGUÉM,
E O SEU FILHINHO,
SEU PAI DARÁ PARA QUEM?



25/09/06 TEREZA NEUMANN

sábado, 14 de julho de 2007

VERSOS REBUSCADOS
Queria um pouco de cada obra poética,
Queria um pouco da métrica,
Queria um pouco da estética,
De cada volume que leio.
Queria um pouco de ALVES,
CASTRO-me ao escrever meus poemas,
Queria um pouco de MORAES,
VÍCIOS E MORAIS, antítese que deixa-me,
Inepta, ineficaz e incapaz.
Não sou feliz.Não quero ler os meus versos,
Acho-os feios e pragmáticos,
Odeio formalidades e etiquetas.
Quero ADÉLIA, quero HILDA,
Quero CECÍLIA, quero CLARICE,
Quero fragmentos de obras dos grandes vultos,
No esboço da minha criação.
Na QUINTA, ANA trouxe-me o MÁRIO,
Na sexta, uma PESSOA levou-me ao FERNANDO,
Carrego a BANDEIRA para alçar,
Em homenagem à poesia de MANUEL.
Eu, com a minha veia tímida literária,
Não mais fragmentei poesias alheias,
Busco a cada segundo, a cada minuto,
E a cada hora,
Meus versos rebuscados,
No cofre da minha memória.


25/09/06 TEREZA NEUMANN

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Descobri que escrever poesias é botar pra fora a beleza da alma e a suavidade do coração. Tudo que criamos é exteriorizar o que vemos e sentimos de forma bela e quem ler interioriza e guarda pra sempre no peito. Existindo aí uma interatividade. São sentimentos que doamos para quem gosta de ler. Autores e leitores, um escreve e o outro lê, um precisa do outro, para falar do mundo, da vida e dos sentimentos. O livro é um objeto de comunicação, duradouro no papel e eterno na memória.