segunda-feira, 16 de julho de 2007

PEJADA


A MENINA DE DOZE,
ATREVIDA, SUCULENTA,
ESPREMIA A POLPA,
DO SEU MARTÍRIO GESTANTE,
NÃO TINHA ROUPA,
QUE LHE ESCONDESSE A BARRIGA.


SALAFRÁRIA, INCAPAZ!
DIZIA O PAI,
QUEM PASSOU-LHE ESSA DOENÇA?
ESCARROU COM ESCÁRNIO,
SEM NENHUMA PENA,
NA PERNA DA DESINFELIZ.


DESPAUTÉRIO!
LOMBRIGUINHA DE BARRIGA,
FLOREIRA AINDA NÃO FLORIDA,
QUERENDO FLORIR A VIDA.


POBRE FILHINHA!
DIZ A MÃE DESSA CRIANÇA.
NÃO SEI QUEM EU ACALENTO,
SE VOCÊ, OU O SEU REBENTO.
QUEM DIRIA...
UMA MENINA DE DOZE,
AINDA NEM DESMAMOU,
AGORA JÁ FICOU PRENHE...
SUA BONECA NÃO DEU À NINGUÉM,
E O SEU FILHINHO,
SEU PAI DARÁ PARA QUEM?



25/09/06 TEREZA NEUMANN

sábado, 14 de julho de 2007

VERSOS REBUSCADOS
Queria um pouco de cada obra poética,
Queria um pouco da métrica,
Queria um pouco da estética,
De cada volume que leio.
Queria um pouco de ALVES,
CASTRO-me ao escrever meus poemas,
Queria um pouco de MORAES,
VÍCIOS E MORAIS, antítese que deixa-me,
Inepta, ineficaz e incapaz.
Não sou feliz.Não quero ler os meus versos,
Acho-os feios e pragmáticos,
Odeio formalidades e etiquetas.
Quero ADÉLIA, quero HILDA,
Quero CECÍLIA, quero CLARICE,
Quero fragmentos de obras dos grandes vultos,
No esboço da minha criação.
Na QUINTA, ANA trouxe-me o MÁRIO,
Na sexta, uma PESSOA levou-me ao FERNANDO,
Carrego a BANDEIRA para alçar,
Em homenagem à poesia de MANUEL.
Eu, com a minha veia tímida literária,
Não mais fragmentei poesias alheias,
Busco a cada segundo, a cada minuto,
E a cada hora,
Meus versos rebuscados,
No cofre da minha memória.


25/09/06 TEREZA NEUMANN

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Descobri que escrever poesias é botar pra fora a beleza da alma e a suavidade do coração. Tudo que criamos é exteriorizar o que vemos e sentimos de forma bela e quem ler interioriza e guarda pra sempre no peito. Existindo aí uma interatividade. São sentimentos que doamos para quem gosta de ler. Autores e leitores, um escreve e o outro lê, um precisa do outro, para falar do mundo, da vida e dos sentimentos. O livro é um objeto de comunicação, duradouro no papel e eterno na memória.