domingo, 21 de novembro de 2010

MALDITA E DURA ARROGÂNCIA


O HOMEM DESFERIU-ME
UM GOLPE COM O OLHAR,
UM OLHAR COMO SE FOSSE
UM CHOQUE ELÉTRICO,
MEDIU-ME DE CIMA A BAIXO,
FRANZIU O CENHO,
PORQUE EU ESTAVA MALTRAPILHA,
SÓ FALTOU JOGAR-ME AOS CÃES,
SUA MATILHA.
PUS-ME A DESNUDAR
MINHAS VESTES PESTILENTAS,
EU, EM ESTADO FÍSICO PERFEITO,
OLHEI O SÓRDIDO HOMEM,
VESTIDO NUM SOBRETUDO,
PORTANDO UM MEDALHÃO DE OURO.
IMAGINEI ELE DESNUDO,
EPIDERMICAMENTE MURCHO,
EXIBINDO TANTO LUXO...
A IRONIA E O ORGULHO,
ACABA PRA TODO MUNDO,
QUE FAZ FEZES COMO EU.
QUE VALIA TINHA O HOMEM?
ARROGANTE, POBRE HOMEM...
BEBE TODO DIA,
O DRINK DA SOBERBA,
ENQUANTO TIVER AMIGOS,
BRINDE COM ELES O ORGULHO
E BEBA DO SEU CASTIGO...
MEU OLHAR EM FLASHES DE TERNURA,
DERRUBOU O VIL SEMBLANTE.
DE MENTE DOENTE,
DE OURO SEMENTE,
ACHAVA-SE O DONO DO MUNDO...
DE SORDIDEZ MALFADADA,
DE ALTIVEZ DERRUBADA,
SÓ FEZES PRA ENTERRAR AQUELE HOMEM...
O LUXO COMIDO,
PELOS VERMES DO LIXO,
NEM LUTA POR LUTO, PELOS AMIGOS!



12/08/06 TEREZA NEUMANN

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