Flerte sereia
Por Silvia Mendonça
Tuas poses em certeiras intenções
Acenam fervorosa malícia
No azul mediterrâneo
O navio fatia as ondas
Feições submergem serpente
Coreografam atrevimentos sereia
Da tua dimensionada ilha
Teu canto me embriaga
De lá vimos o mundo de cá
Envoltos em neblina entorpecente
Laçamos flertes entre marés
Nesse mostra-esconde
Deixas que eu te veja
Daqui a pouco te pegarei
Sentiras minhas mãos implacáveis
Untadas de óleos incensos
Tocar tua silhueta escorregadia
Gritarei ante as tuas muralhas
De balés marítimos ritos
Êxtases incendiando intenções
Cobertos por uma procissão de cometas
Vermelhos ruborescentes
Tu não resistes e vens
Trazes champanhe e taças
Tu vens
Uiva o animal em mim
Olhos poetas te escrutinam
Mãos estilete te dissecam
Loba voraz suga teu corpo
Banhado de gotas ardentes
Aguando idílicos arredores
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