segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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A SUBJETIVIDADE E O ENCANTO DE PEDRO DU BOIS


Estive aqui. O início repleto em medos
e a mulher em olhos sobre o corpo.
Pássaros em sobrevôos. Garras
sobre o peixe. A mulher na praia
sofre areias. Na sujidade do instante
aves e arranjos desajustados. Apaguei
a luz e me desfiz em prantos.

Estive aqui. Fechei a janela e me fiz
na escuridão o fantasma presente
ao ato. O barulho do ônibus
transita paradas. O sobe e desce
desqualificado: na conquista fui do processo
o significado: ser desconsiderado.

Estive aqui em impenetráveis dizeres.
A quente água sufocou o corpo
inexistente. A exatidão arremedou o erro
e se espalhou em ondas: areias
ressecadas sobre os corpos.

(Pedro Du Bois, inédito)

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